Reciclagem de Materiais

Que a nossa mãe natureza pede socorro pela sua destruição, pela busca de matéria-prima e pelo contínuo depósito de lixo inapropriado, todos já sabemos. Mas  como ajudar? É possível reciclar estes materiais, evitando tanto a extração de novas matérias-primas quanto o descarte inapropriado de lixo?

Neste artigo vamos descobrir estas e outras questões, além de como cada classe de material deve ser trabalhada e se pode ser reciclada. 

Reciclagem de Cerâmicos

Apesar de algumas dificuldades presentes no processo de reciclagem dos materiais cerâmicos, como a grande variação de matéria-prima, pouca demanda do mercado, ser um material pouco valorizado e não poder ser trabalhado como reaproveitamento energético, este ainda é um material passível de ser reciclado.

Dentre os meios mais viáveis e comuns podemos citar a reparação, para casos de louças, vasos e pratos, com a intenção de continuar a utilizar o produto. Além disso, nas fábricas produtoras de tijolos, telhas e outros materiais de cerâmica vermelha existem processos industriais que já reciclam materiais que sofreram algum defeito na produção, retornando-os ao processo produtivo como matéria-prima. Ainda, é possível que cerâmicas de piso sejam reutilizadas em mosaicos e trabalhos artísticos ou no fundo de vasos de planta como substituto da argila expandida. 

O que podemos concluir, então, é que no caso das cerâmicas o reuso em outras aplicações é a melhor forma de reciclagem. Mas, caso não seja possível, o indicado é sempre garantir que estes materiais sejam encaminhados a aterros ou postos de coleta que recebam este material.

Reciclagem de Metais

Capazes de serem reciclados diversas vezes, os metais são um dos materiais com maior taxa de reciclagem. Parcialmente este sucesso se deve à forma eficiente já alcançada na reciclagem, suas excelentes propriedades, que não são perdidas, seu valor agregado e a demanda do mercado que são elevados.

Para serem reciclados, esses materiais passam primeiro pela separação entre os ferrosos e não ferrosos, além do material de origem e suas características. Isso por materiais ferrosos serem facilmente separados dos outros metais por eletroímãs, que os atraem. 

Após separados, os resíduos são prensados, classificados e encaminhados para estações de reciclagem específicas desse material, onde são limpos de impurezas, triturados, derretidos e transformados em novos produtos.

Os resíduos não ferrosos, em especial, despertam grande interesse devido ao maior valor agregado na matéria-prima. Ferro e aço também possuem elevada taxa de reciclabilidade devido à possibilidade de retorno como matéria-prima para usinas siderúrgicas e de fundição.

Praticamente todo produto metálico pode ser reciclado, mas algumas exceções existem como latas de tinta e latas de combustível, devido às reações químicas que podem ocorrer no material pelo contato com estes reagentes.

Entre os maiores benefícios de se reciclar os materiais metálicos está a redução de extração de matéria-prima na natureza, que se trata de uma atividade altamente danosa ao meio ambiente e de altíssimo consumo de água e energia elétrica. E também devemos citar os benefícios ao meio ambiente por não deixarmos um material que demora muitos e muitos anos para se decompor, causando inúmeros danos ambientais. 

Reciclagem de Polímeros

Existem os mais diversos produtos fabricados em polímeros atualmente, e como um material fabricado em tão larga escala, os resíduos gerados também são muitos. E uma questão preocupante a respeito desses materiais é o tempo que eles levam para se degradar no meio ambiente e como alguns podem ser tóxicos durante esse processo. Mas o lado positivo é que a maioria desses materiais tem alta capacidade de reciclabilidade. Existem três formas principais de reciclar polímeros, sendo elas: mecânica, química e energética. 

A reciclagem mecânica é o processo onde os plásticos passam por sucessivas etapas de moagem, lavagem, secagem, aditivação, aglutinação e reprocessamento, produzindo grânulos que serão posteriormente utilizados como reforço na produção de novas peças.

A reciclagem química envolve a despolimerização com o intuito de desfazer a estrutura polimérica, gerando produtos intermediários da polimerização, monômeros, hidrocarbonetos e gases que podem ser utilizados em outros processos.

Reciclagem Energética é aquela que o plástico serve como combustível para algum processo, e para isso ele passa pela reação de combustão produzindo energia e gases. 

Todos esses processos se iniciam pela separação dos produtos rígidos e dos flexíveis e pela separação dos polímeros, para que a reciclagem gere os melhores e mais puros produtos possíveis. 

Reciclagem de Compósitos

Apesar de suas propriedades aprimoradas, os materiais compósitos não apresentam facilidades na hora de sua reciclagem. Isso acontece porque este material é composto pela combinação de diferentes materiais(sejam eles da mesma área ou não), combinação esta que muitas vezes não é fácil de separar durante a reciclagem para ela ser feita corretamente, como são os casos dos materiais homogêneos ou de ponto de fusão próximos. 

Assim, como todos os outros materiais, esta é uma classe que precisa alcançar o mercado da reciclagem, visto que é parte significativa dos resíduos produzidos. Hoje já existem algumas formas de se reciclar os compósitos, sendo: mecânica, térmica e química, mas que ainda precisam ser aprimoradas dado que se tratam de metodologias caras, dificuldade de encontrar mercado e baixa qualidade do produto.

A reciclagem mecânica, assim como o que ocorre na reciclagem dos polímeros, é onde  o material passa pela trituração e moagem, seguida de peneiramento. Aqui o consumo de energia é muito alto e o produto reciclado produzido não possui uma boa qualidade.

A térmica é um processo realizado a elevadas temperaturas, de 300 a 1000 °C), com o intuito de decompor a resina presente, restando apenas as fibras/cargas inorgânicas. Aqui também pode ser recuperado alguma quantidade de energia liberada pela combustão da resina, mas eventualmente este processo pode prejudicar a qualidade das fibras.

E por último, a reciclagem química remove a matriz pela aplicação de solventes, também com o objetivo de liberar as fibras/cargas para posterior reutilização. Este processo não danifica as fibras com frequência, mas, por outro lado, produz muitos resíduos químicos que também geram problemas ambientais. 

Reciclagem de Biomateriais

A classe de biomateriais é composta por alguns materiais das classes citadas anteriormente que, quando aplicadas em meio fisiológico humano podem substituir, reparar ou auxiliar na recuperação de tecidos. Dessa forma, quando os materiais são retirados do organismo humano ou perdem a validade antes de serem aplicados, caso não levem a riscos à saúde durante o manuseio e estejam em condições adequadas, podem ser reciclados das mesmas formas utilizadas em sua classe de origem. 

Um exemplo são hidroxiapatitas que não são utilizadas no prazo de validade pré-determinado que, posteriormente, podem ser reutilizadas para a obtenção de biovidros, ao invés de serem descartadas e incineradas. Ou, ainda, placas metálicas de fixação óssea que, após retiradas, podem ser esterilizadas e enviadas para a reciclagem pelo método tradicional. 

No que a EngeMat Soluções pode te ajudar?

Como vimos, a Reciclagem amplia horizontes e nós, como engenheiros de materiais, realizamos podemos te ajudar a aplicar este processo na sua cadeia produtiva, verificando as características, indicando os melhores locais de aplicação, avaliando possíveis mudanças nas etapas de produção e até mesmo indicando uma nova seleção de material complementar, a partir das análises realizadas.

A EngeMat está localizada no CEFET-MG, um dos maiores centros federais do país. Temos laboratórios especializados em estudos de materiais cerâmicos, poliméricos, metálicos e biomateriais disponíveis para realização de ensaios diversos e a colaboração de doutores e especialistas prontos para nos auxiliarem na realização dos experimentos. Realizamos consultoria com preços abaixo do mercado, e com a excelência garantida pela riqueza de recursos contida na universidade. 

Conhecer bem o produto que se está trabalhando é saber atender as expectativas do seu cliente. Consulte nossa carta de serviços e entre em contato conosco para mais informações. 

EngeMat Soluções, crescemos com você!

Por: Thauane Maia

Referências:

Cerâmica: existe reciclagem? – eCycle

Reciclagem de Ceramicas (unesp.br)

Reciclagem de metais – Ecologia – InfoEscola

Reciclagem dos metais – Só Biologia (sobiologia.com.br)

Reciclagem de Polimeros (unesp.br)

Reciclagem de polímeros (fiocruz.br)

Reciclagem de compósitos | AGÊNCIA FAPESP

Reciclagem de compósitos (ipen.br)

Hidroxiapatita – Mostra de materiais (cefetmg.br)

FERREIRA, C.C.; et al. Gerenciamento de resíduos em indústria de Biomateriais.Congresso Latino Americano de Órgãos Artificiais e Biomateriais.  CEFET-MG, Belo Horizonte, Agosto de 2012. Disponível em: <http://www.metallum.com.br/7colaob/resumos/trabalhos_completos/13-023.doc

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