O que faz do cerâmico um material absorvente?
Os materiais cerâmicos são conhecidos por sua grande utilidade na construção civil, devido sua capacidade de receber esforços e sua baixa deformação. Além disso, são materiais que apresentam em geral uma elevada dureza e abrasão, sendo assim, são aproveitados em diversos outros setores da indústria. Uma propriedade intrínseca do material é a porosidade, que é fruto do processo de sinterização do material cerâmico.
Durante a sinterização do material cerâmico acontece a retração das partículas e a ligação destas com as partículas adjacentes. Visto que as partículas não se fundem completamente, o processo ocasiona a formação de vazios entre as interseções das partículas, os poros.
Essa propriedade está diretamente associada à absorção de água pelo material, sendo assim necessário o seu conhecimento para uma correta utilização do cerâmico e que não ocorra problemas característicos da absorção de água em sua aplicação.
Ensaio de absorção, vantagens e desvantagens.
A principal vantagem deste teste é facilitar a seleção de cerâmicas para uma finalidade específica como por exemplo, para locais mais úmidos é mais interessante utilizar revestimentos cerâmicos com menor absorção de água. Outras vantagens deste teste são permitir avaliar as argamassas colantes ideais para um revestimento específico, identificar a resistência mecânica, a resistência à degelo/ gelo além do coeficiente de dilatação.
A única desvantagem do teste seria o fato de que, por existir diferentes técnicas para analisar a absorção de água, cada uma delas fornece valores diferentes de absorção, porém nenhuma gera a saturação completa da porosidade aberta.
Qual a finalidade desse teste?
O ensaio de absorção de água, como dito anteriormente, identifica a estrutura interna de um cerâmico a partir da medição dos poros abertos caracterizando como foi feita a sinterização e qual é a qualidade da cerâmica. Para que o material cerâmico tenha melhor resistência mecânica, resistência ao gelo/degelo, ao desgaste e à química, ele deve ter menor absorção de água e, para isso, ter menor porosidade. A absorção de água também permite identificar a possibilidade de eflorescências que aparecem nos revestimentos não esmaltados, a retração linear após a queima e a resistência à flexão no pós queima.
Descrição do ensaio: cálculos e conclusões
Existem diversas metodologias para determinação da absorção de água em cerâmicos, sendo elas regidas por normas nacionais e internacionais: NBR 13818, ISO 10545 e ASTM. Os dois métodos são os mais utilizados para determinação da absorção de água em cerâmicos são o método imersão a vácuo e o de imersão em água fervente. O método a vácuo permite mensurar a porosidade aparente, a densidade relativa aparente e a absorção de água, enquanto o de imersão em água fervente apenas garante a absorção de alguns poros abertos.
A determinação da quantidade de água absorvida é feita a partir da pesagem das massas úmidas e massas secas dos corpos de provas, o resultado sendo expresso em porcentagem, como mostra a fórmula abaixo, sendo AA% a porcentagem de absorção de água, Mu a massa do corpo de prova úmido e Ms a massa do corpo de prova seco.
A partir do teste de absorção de água é possível classificar os cerâmicos como citado na Tabela 1. Atualmente, a maioria das placas cerâmicas são produzidas por prensagem e podem ser classificadas de acordo com a ABNT NBR 13818 como Porcelanatos (BIa) e Grês(BIb) que possuem baixa absorção e resistência mecânica alta; Semi-Grês (BIIa) de média absorção e resistência mecânica média; Semi-Porosos (BIIb) de alta absorção resistência mecânica baixa e Porosos (BIII) de alta absorção e resistência mecânica baixa.
A partir dos resultados obtidos neste ensaio, é possível concluir também quanto maior a pressão de compactação, menores são os poros internos, maior o grau de empacotamento, de densidade e menor valor de absorção de água. Além disso, quando a temperatura de queima aumenta a porosidade do corpo cerâmico diminui, consequentemente o percentual de absorção de água é reduzido.
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REFERÊNCIAS:
http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/5199/1/ANGELA%20WATERKEMPER%20VIEIRA.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1985468/mod_resource/content/1/Aula%207%20Processamento%20de%20Materiais%20Cer%C3%A2micos%20Sinteriza%C3%A7%C3%A3o.pdf
http://www2.bage.ifsul.edu.br/encif2015/pdf/20150930122127000000.pdf
http://seer.unipampa.edu.br/index.php/siepe/article/view/1603
http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/revestimentos.asp
http://www.sinduscon-mg.org.br/site/arquivos/up/geral/Placas_Ceramicas_para_Revestimento.pdf
Por João Paulo Simonetti e Carolina L. G. Viotti